domingo, 31 de julho de 2011

B.B. King




Um dos mais respeitados, admirados e influentes guitarristas de sempre, B.B. King é, realmente, "o rei". Ninguém toca Blues como ele, e escrevo isto com a credibilidade de quem já o viu ao vivo. Tudo em si é icónico: desde a sua maneira sentimental de tocar até à sua lendária guitarra, Lucille.

B.B. King nasceu com o nome Riley King no Mississippi, e cresceu lá. Adquiriu a sua primeira guitarra aos 12 anos, e com 18 anos dividia o seu tempo entre o trabalho como condutor de tractores e guitarrista, actuando em igrejas. Com 21 anos, foi com o seu primo Bukka White para Memphis, no Tennessee, e ficou lá 10 meses, até voltar para o Mississippi, apenas para se preparar melhor. Dois anos depois, regressa a West Memphis, e começa a tocar no programa de rádio de Sonny Boy Williamson, desenvolvendo uma audiência local. Trabalhou numa estação de rádio R&B local, onde ganhou a alcunha "Beale Street Blues Boy", que mais tarde foi abreviada apenas para "B.B.". Após conhecer T-Bone Walker, decidiu que tinha de comprar uma guitarra eléctrica.

Com 24 anos começa a gravar as primeiras canções e cria uma banda de apoio com baixo, bateria, piano, trompetes e saxofones. E no inverno de 1949, dá-se um acontecimento histórico na sua carreira: durante uma actuação no Arkansas, dois homens começaram a lutar e, acidentalmente, deitaram fogo ao edifício. As pessoas foram evacuadas do edifício, mas quando B.B. King saiu, apercebeu-se que tinha deixado a sua guitarra dentro do edifício em chamas. B.B. King entrou de novo e conseguiu recuperar a sua adorada guitarra. Duas pessoas morreram nesse fogo. No dia seguinte, B.B. King soube que os dois homens lutavam por causa de uma mulher chamada Lucille, e foi assim que King deu o famoso nome à sua guitarra, para se lembrar de nunca fazer algo tão estúpido como entrar num edifício em chamas ou lutar com alguém por uma mulher.

King fez digressões no "Chitlin' circiut", e 1956 tornou-se num ano-recorde, com 342 concertos agendados. Nos anos 50 e 60, já tinha um grande número de êxitos, e em 1969 ganha um grammy por "The Thrill Is Gone", por muito considerada a sua "signature song". Ainda nesse ano, abre para os Rolling Stones na sua digressão norte-americana. Em 1980, entra no Blues Hall Of Fame, e nesta década ainda faz colaborações com os U2 (para a canção "When Love Comes To Town"), bem como 300 actuações por ano. As digressões continuam nos anos 90, e na década de 2000 faz diversas colaborações, como com Eric Clapton (no álbum de duetos "Riding With The King"). Em 2007, participa no famoso Crossroads Guitar Festival, entre outros.

As suas digressões e concertos mágicos não acabam. É impressionante como um senhor de 85 anos continua a tocar com o mesmo espírito e continua a influenciar várias gerações de guitarristas. B.B. King será, para sempre, o rei do Blues!



4 comentários:

Joel Costa disse...

De referir que a familia Costa teve o previlégio de assistir a um concerto deste mestre da guitarra aqui em Portugal, mais própriamente em Sabrosa, numa noite memorável de boa música .

Bruno Costa disse...

O clã dos Costa está sempre em cima do acontecimento.

Mauro disse...

e eu que tive ideia e passei a informação do evento não consegui chegar a tempo :(

Bruno Costa disse...

Foste a tempo de ouvir as suas últimas quatro palavras: "Thank you, good night". XD